Cimitero Monumentale Verano
para Rino Gaetano
a tarde de outono se perdeu do dia
já no cemitério o aviso
água não potável
a morte são portas trancadas por quem as abriu
a diversidade das árvores mais próximas
a realidade das pedras
gatos desprezando tumbas e ruínas
amanhã nos dirá com outras palavras
o desejo vivido apartado do caminho da lembrança
nem sinal de ausência de vida
neste mundo úmido
o sol pisca pro meu olho
todos os pássaros parecem migrar para lá
*Poema inédito, escrito em 2014, ali mesmo no Monumental Cemitério Verano de Roma, em um dia de outono, depois de uma visita ao túmulo do eterno Rino.
**Imagem de Giovana Mastromauro.